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Bem-vindes a Marginália 3

Quadrinhos, música brasileira e outras coisas a mais. É somente requentar e usar! Made in Brasil

Opinião: a música atual é uma porcaria?

 

Claudinha Leitte e Ice Spice (rapper estadunidense)

Disclaimer: Essa fala vem de alguém que tem um blog de música hiponga brasileira dos anos 60 e uns quadrinhos antigos também, eu gosto de coisa velha, então tenho toda propriedade para falar do meio, que sei que é mais reaça. 

Se você tem costume de interagir com hominídeos que possuem o desprazer de pagar impostos e drenar seus receptores de dopamina em vídeos curtos (famosos humanos) já teve ter, em algum momento, ouvido a famosa frase de "não se faz música como antigamente"/"as músicas atuais não prestam"/"hoje só tem porcaria"/"hoje é só mulher balançando o rabo para ganhar dinheiro" (nota: isso sempre aconteceu, só parece ser um problema quando é a mulher que está lucrando ali) etc etc etc. Em suma, a música atual, supostamente, não vale de nada! Tudo lixo sonoro e o escambau. Há duas vias que explicam esse sentimento, um plausível, e outra meio nazista mesmo.

Sim, não exagero no que digo, explico com calma, começando pela notícias piores. 


Importante esclarecer que o nazismo é um complexo de ideias e aplicações práticas, ao mesmo tempo que não é algo nada de extraórdinário na humanidade, os elementos presentes na alemanha nos anos 30-40 existiam antes, e continuaram a existir depois. O fascismo é algo perigoso e sorrateiro, podendo se expressar em coisas mais simples, como o sujeito falando porque não gosta de certo estilo musical... Quer ver como isso fica evidente? Reaças que reclamam do funk. Todos os argumentos apresentados contra o funk são genéricos, aliás, só é aplicado ao funk em especial porque vem da favela, já que esses outros mesmos elementos são presentes em outros gêneros musicais e não recebem o mesmo tratamento, tal qual:
#1"música repetitiva", música é repetição. Independente do gênero, ainda mais de um feito pra se dançar, não pra ficar apreciando enquanto toma uísque, ou coisa parecida
#2"só fala p%taria", só digo uma coisa, uma tal banda chamada Kiss. 
#3"música pobre teoricamente", assim como repetição, simplicidade pode ser algo de diferencial numa música, a lógica de quanto mais díficil melhor não tem sentido. Fora isso pouquíssimas músicas, até no meio "erudito" são realmente díficeis em questões de harmonia. Exceto pelo Jazz, que é outro rolê
#4 "música de bandido", então, quando é um filme do Scorsese sobre facções criminosas é algo cult né? Scarface, uma obra de arte, Peaky Blinders é coisa de macho, mas quando a bandidagem é local meio que não vale de muita coisa. Nem adianta falar que são coisas diferentes, é a mesma coisa de romantizar uma vivência em atividades extralegais, aliás tratando as mesmas abordagem como tráfico de drogas. 
e etc

Os dois itens que marquei tem um forte caratér de racialização perante o debate, isso é bem óbvio. Até porque a visão socialmente de um bandido não é a mesma coisa de um mafioso. Essa visão da existência de uma cultura pobre, baixa, degenerada, podre, que não vale a pena de ser ouvida ou quem houve está "contaminado" não difere da visão que os nazistas tinham de Verfallskunst a famosa arte degenerada.

exposição de arte 'degenerada'

A arte moderna junto com aquela produzidas por comunistas e judeus eram vistas como 'pobres', e todos os adjetivos negativos que elenquei acima, aliás uma parada bastante cruel que faziam eram comparar as formas dos corpos na arte moderna com pessoas PcD, com aquela ideia de pureza humana que carregavam, uma "arte impura" que representava corpos "deformados", em contradição com a arte nobre, uma arte decente e óbviamente uma arte antiga, a neoclássica, que já é uma romantização do período greco-romano, ou sejam, os nazifascistas romantizavam uma período artístico que já era uma ficção de um período da história, que coisa, menina.

aqueles corpos sarados de mármore, que delícia!
Então bastante cuidado ao presumir que existe uma cultura baixa, uma cultura lixo, porque isso presume uma cultura alta, uma cultura de luxo, e muito provavelmente você deve associar a um estilo/gênero eurocentrico, por algum motivo... 
Aqueles que falam na cara dura que funk é um lixo, tem som de descarga e outros insultos baratos não passaram de reaças. Com uma argumentação nazista. 
E quando digo argumentação nazista é válido pois o fascismo não é nada de extraordinário no mundo, existem ideias "comuns" que com um pensamento mais estimulado pode chegar a determinadas ideologias, um exemplo delas é um militarismo/punitivismo (que está presente em todos os campos políticos)

Ou seja, se você acha que o funk corrompe as crianças, leva as pessoas aos instintos mais primitivos, algo inculto, ou nem nescessariamente o funk, pode ser o sertanejo universitário, piseiro e outros ritmos populares hoje em dia eu tenho uma péssima notícia para te dar, aguarde que ela vai chegar.

Então cuidado! O pensamento moralizante de uma arte que não deveria existir é bastante perigoso, arte é arte, não podemos restrigir a expressão artísticas numa caixinha moral ou pior, num pensamento de superiodade (inclusive racial) entre tipos de artes. 

É mais conviver num passado resoluto do que conviver com as contradições do presente. 

O presente vive em ebulição, com suas contradições, diveras faces e por que não confusão? É bem mais díficil compreender o agora do que compreender um evento resoluto, como o passado. O passado não pode ser mudado e o melhor, tem a opção de ter contado e modificado ao seu belprazer, basta selecionar os fatos que a te importa, ou seja, é claro que o passado sempre vai ser melhor do que o futuro. 

Assim como o trap ou qualquer música atual é vista como lixo atualmente, o mesmo era do rap de 2010 pelo uso massivo do autotune (críticado até hoje), músicas pop tipo Latino nos anos 2000 pelas músicas chatas e chicletes demais, o rap dos anos 90 por ser música de apologia ao crime, os famosos bate estacas dos anos 80 por ser cheio de maneirismos, ou talvez o rock do Black Sabbath por ser satânico em meados dos anos 70, o João Gilberto teve dificuldades no começo da carreira por cantar baixo demais e simplesmente fundou a bossa nova, ritmo que leva o Brasil onde passa até hoje, Rock dos anos 50? Nem preciso falar alguma coisa, tal como no Brasil os famosos boleros já era uma música ultrapassada... Nem mesmo o Jazz foi poupado, o senhor Adorno e sua escola de Frankfurt que o diga. Então, com base nessas ideias, nunca tivermos um ápice musical na história? Porque sempre foi uma porcaria.

Inclusive Bach, ele mesmo


Johann Sebastian Bach, que só veio ter uma relevância enquanto compositor praticamente 80 anos depois de sua morte, lá no século 19, morreu sem nenhum tipo de rasgação de seda que recebe atualmente. E eu iria aqui até um ad infinitum. O ponto é: Se resguardar ao passado sempre será mais confortável e mais fácil, então é natural que você enxergue a qualidade do passado, ao ocultar, talvez não propositalmente aquilo que não iria favorecer a visão.

Portanto, na minha opinião não há de se falar que a música atual é ruim ou boa, é música, e a sua dimensão e impacto só poderão ser medidas na próximas década, e por que não no próximo século? Processos históricos são muito mais amplos do o pensamento limitado de "foi positivo" e "foi negativo".

Atualmente termos inúmeros vídeos curtos (tiktok, shorts, reels) replicando as mesmas músicas a exaustão, um excesso de informações vindo de todos os lugares, mas esse argumento não pode ser utilizado pra definir a qualidade das músicas atuais porque em outros tempos não se tinha o tiktok. Se hoje termos músicas adaptadas as tiktok, uns 20 anos atrás se tinhámos músicas pensadas para o rádio, porque a lógica por trás é a mesma, enfiar o produto goela abaixo ao usuários, independente da plataforma. Poluição de informações dá bastante lucro. 

Me usando como exemplo: Eu "não gosto" de música eletrônica, mas não há nenhum motivo especial, apenas desconheço e é algo fora da minha vibe, não preciso fundamentar um não-gosto em algo real, já que é apenas um sentimento comum. Na maioria das vezes você não escuta algo por desconhecer ou desinteressar, é suficiente para justificar seus gostos, ao invés de falar que não gosta, que dizer que não conhece? Ou não escuta?

Até pela incapacidade de conhecer todos movimentos musicais atuais, pensa comigo, há quem diga que queria ter nascido nos anos 50 por causa da música da época, mas você acha que todo mundo nascido em 1958 conhecia Put Your Head in My Shoulder (Paul Anka) eu acho bastante díficil, ainda mais com o tamanho da população rural da época. É mais fácil da música comum da época ser um country desconhecido hoje em dia, do essas músicas yankees de fato

Hoje só conhecemos essa música porque ela é passado, é mais fácil de acessar, mas quem foi correlato a época não deve ter a mínima ideia. Assim como a melhor música do ano (2023) você sequer tenha ouvido falar, e talvez morrerá sem saber, esse é o "problema" de se viver o presente. 

Daí vale aquela pergunta de: porque uma música country dos anos 50 não sobreviveu a história e Paul Anka sim? Quem é capaz de registrar e contar a história? Quem é usualmente apagado? 

O passado tem essa capacidade de reconhecer quem não tinha tanto prestígio, o presente não de tá alternativa senão viver a realidade. Para fechar presente postagem, acredito que toda forma de arte tenha algo que valha a pena de ser apreciado, até música eletronica que preciso conhecer mais, toda forma de expressão é válida e tem algo a dizer, se você abrir mão de conceitos prontos de sua mente, quem sabe não acha seu espaço em cada tipo de música? Dá uma chance :)

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Clássico: A Chegada de Galactus (Quarteto Fantástico #48 a #50) 1966 - Jack Kirby e Stan Lee

 

Que eu sou marvete todo mundo que me conhece sabe, desde da criação do blog eu acho que nunca falei da DC (correção, há uma postagem sobre o Homem Animal). Mas sem briguinha besta de qual monopólio de mídia é melhor, até porque a Marvel dá de lavada. 

A chegada de Galactus é o famoso clássico que é supervalorizado e realmente tem bastante qualidade, está presente em qualquer boa lista de melhores histórias do Quarteto e foi bastante importante para o universo Marvel como um todo, então venha conhecer melhor tal história. 

Dessa vez vou fazer a análise numa ordem diferente, acho que fica melhor quando se trata de um clássico.

Primeiro ponto, personagens:
Se tem uma coisa que a era de ouro da Marvel (que na verdade era de prata) fazia com maestria é dar profundidade nos personagens, realmente são pessoas comuns com superhabilidades (isso fica mais evidente em X-Men), só para efeitos de comparação com os heróis da DC, que são praticamente semi-deuses lidando com questões mortais, isso quando não são literalmente semi-deuses como o caso da Mulher Maravilha. Tais heróis mais "semideuses" geralmente são motivados por um único sentimento em todas as histórias, o Batman tem a vingança como motivador "Eu sou a vingança", fazendo que as vezes, a depender do escritor, faça um personagem raso, imerso num universo bem rico de personagem e principalmente os vilões. Evidente que: Esses heróis da DC são da era de ouro dos quadrinhos, ou seja uns 30 anos atrás dos personagens mais famosos da Marvel, então se tinha outro entendimento, outra visão de herói, outro público e etc, então nesse ponto, a comparação é injusta, sim, mas foi feita para fins elucidativos. 

Alínea: tem histórias que heróis não-marvel tem sua personalidade mais profundidade e densa (tal qual a noite), mas aí já são histórias posteriores aos anos 60, muito por influência, também, do jeito Marvel de produzir.  E apesar de gostar do Batman, eu acho a essência do personagem rasa em várias histórias.

É no sentido que falo por exemplo do Ben Grimm, O Coisa, um simples homem que teve seu corpo transformado em pedra, não sendo um herói por motivos morais, por achar que está fazendo a coisa certa, mas sim por o Quarteto Fantástico ser o único lugar que o acolhe, até porque ele não tem nenhuma passividade como "ser humano normal", o Tocha Humana pode rodar pela praça sem receber olhares ou assustar pessoas quando sai de um beco escuro, o mesmo vale pra mulher invisível que pode SUMIR e Reed Richards, o Ben não, ele é "o coisa" por 100% do tempo, não havendo outras possibilidades de vida senão bater nas coisas, algo que serve de consolo em algumas situações. O Ben é um personagem bastante denso (nos dois sentidos) não sendo movido apenas pela raiva incondicional, como é comum nesse arquétipo do gigante-forte,  como o Hulk, esse personagem forte, burrão e irritado sempre. Nem aquele gigante-gentil carismático como o Holdor, ele sobrevoa ambos os arquetipos, tendo uma personalidade própria e sendo um personagem até um pouco relatável algumas vezes.

Ben Grimn (eu fico mal chamar o coitado de Coisa gente), assim como outros personagens Marvel, tem problemas bem específico, não problemas genéricos que outros heróis tem, tipo descobrir a identidade dele, afinal, ele justamente a perdeu. Para sempre. Então no lugar de se esconder por de trás de uma máscara, Ben só queria voltar a ser "normal" novamente. Sofrendo problemas de abandono e autoestima (algo justificável, porque é feio mesmo).

Arriscaria dizer que é meu personagem favorito (dos anos 60)

Essa história, apesar de não ser a melhor, mas é essa história que precede a melhor edição que serve para entender o conceito do Coisa, na história seguinte #51 mostra muito o quão ele é meio esquecido do grupo. Posso trazer a edição 51 em outro momento. Pra fechar a ideia do Ben, não diria que ele é irritadinho, apenas meio cansado dessa palhaçada de ser herói, por isso parte logo pra mão, porque é a única coisa que ele pode fazer sendo uma pedra de 1 metro e 80 e 225 kilos. Enquanto os bancados a bons moços ficam debatendo ele vai pro pau e foda-se, se derrubar ganhamo. Dos meus.  

chega um ser cósmico inter galático? TÁ NA HORA DO PAU!


Apesar de soar machista, talvez, mas é interessante de observar a Susan reclamando da falta de atenção do Reed perante ao casamento, pois ele só vive enfiado em seu laboratório e suas vaidades, isso inclui viver essa fantasia de ser heroizinho e salvar o mundo, Cristo, eu odeio o Reed Richards, pra mim é um dos maiores sacanas a Marvel Comics, eu odeio Reed Richards na mesma medida que amo Ben. Pois, esse detalhe de reclamar da relação e ter um mini-DR de começo de casamento é o tipo de profundidade que dá mais personalidade aos personagens, por mais que seja um mero detalhe que mal dura meia página. Ainda mais pela limitação da época da Sue ser só a mulher ranzinza que fica reclamando das coisas enquanto o marido está trabalhando e focado em coisas mais importantes (seu próprio ego)

Gosto desse quadro em específico, apesar das limitações da época

Esse corpo da Susan é pin up total, sem condições

Outra coisa que mostra a vaiadade do Reeds é ele fazendo a barba logo depois de encontrar Galactus, sem a menor preocupação, o dito líder do Quarteto tira o tempo para ficar com a cara lisa enquanto uma ameaça promete DIZIMAR o planeta terra

olha esse tabacudo

Eu tenho outros problemas com a Sue, ele é bem mais poderosa que a maioria das histórias mostram, aliás é até meio irônico ela ser a mulher invisível porque ela realmente tem uma personalidade bastante apagada nessas histórias mais antigas, aliás, parece que é apenas uma dona de casa média que consegue ficar invisível e criar campos de força, mas para elaborar uma crítica mais aprofundada precisaria ler mais dos quadrinhos dessa época, assim farei em breve.

Johnny tá bem juvena nessa mini saga, não aparece tanto, apesar de fundamental para a história. Tem uma cena muito boa que é ele descendo a mão em CIVIS, um fator que achei muito engraçado pra falar verdade. Nada que os sujeitos não tenham merecido também.

O cara é fogo, não de ferro, pô!

Agora que extraí a nata, vamos falar a história em si, a premissa é bastante simples, Galactus, o devorador de mundos, está chegando para passar a rapa nos oceanos do planeta terra. Começa o processo com um azeitinho a fogo médio, incendiando a atmosfera do planeta, uma cena que parece uma típica propaganda anticomunista da época.

Jack Kirby é doutro mundo, cara.

A bola de fogo é transformada em pedras pelo Vigia, aquele mesmo que só anota os acontecimentos do universo, mas não interfere em nenhum, na verdade não deveria, mas o bichinho é teimoso e faz uma presepadas dessas de vez em quando. ATÉ PORQUE SE O MUNDO ACABE NA EDIÇÃO 48 DE QUARTETO FANTÁSTICO NÃO TERÍAMOS MAIS HISTÓRIAS.

Bem como decide, por sua livre vontade, ajudar o quarteto a derrotar o vilão da vez aqui. O poderoso Galactus, mais do que isso, o poder materializado 

Galactus é uma figura interessante, apesar de meio bruto e se referir a si mesmo em terceira pessoa, não é um típico vilão da era de prata, como o Dr. Destino, ele apenas é uma espécie de divindade tentando bater sua meta calórica do dia, como ele é celestial, devora planetas, em sua imensa maioria desabitados, mas alguns diálogos do Surfista Prateado (fazendo sua estreia aqui) indica que talvez ele tenha comigo uns etzinhos por aí...

Galactus é uma força da natureza, não age pela maldade, age por agir, e sua ação é uma ameaça maligna para nós, mas quem somos nós perante o infinito do universo? O que importa? Somos um grão de areia no meio da praia, talvez a aniquilação do nosso planeta, chamado terra, não faria diferença para os cosmos, assim argumenta Galactus, somos meras formigas atrapalhando sua vontade, que não pode ser contrariada 

Eu acabei omitindo a vinda do Surfista Prateado para a terra. Te falar uma coisa, o surfista prateado tinha tudo pra ser a bosta mais genérica do universo Marvel, uma coisa prateado numa prancha passeando pelo espaço, como isso pode ser interessante? É. No começo ele era um mero cumpridor de ordens do Galactus, até ser nocauteado advinhe-por-quem e cair na casa de Alice Masters, a namorada do Ben Grimm. O surfista é estritamente profissional, não perde tempo nem comendo, pois pode só pulverizar a matéria e transformar em energia, algo parecido com Galactus está se lambendo pra fazer. 

"calma moreno, você não é assim moreno"

Essa excelente rima visual dele sumindo com o alimento e os moveis enquanto fala dos planos de seu mestre faz que Alice entre em desespero! O convencendo a ter compaixão da humanidade, fazendo que o surfista, que sempre muito profissional e rápido nunca teve tempo de contemplar alguma coisa, alguma reflete em seus atos, e aprende o sentimento de compaixão e humanidade. Fazendo que seja uns dos personagens mais filosóficos da Marvel,  vale acompanhar algumas histórias dele. 

Pela conversa, vocês estão vendo que a história vai terminar com "a verdadeira energia são os amigos que fazemos pelo caminho, o amor venceu" e sim, é exatamente isso. Apesar dos personagens Marvel serem densos, seus roteiros não são. Então termino sobre a história aqui. 

Mesmo sendo meio água com açúcar tem um ritmo muito gostosinho de acompanhar e poxa, são só 3 quadrinhos, tudo bem sintetizado e daria uma excelente adaptação, pelo seu tamanho, mas os filmes do Quarteto tomaram outros sentidos e decisões para qual, apesar do surfista aparecer no filme, são nos eventos pós chegada de Galactus. 
Existe uma adaptação para desenho animado que saiu em 67, um ano depois. Visualmente é um a bosta, mas é relativamente fiel a história original, exceto pelo fato da Alice simplesmente não existir nessa adaptação. Mas sintetiza bem em 20 minutos a ideia do quadrinho original

Com vocês, o Surfista Embaçado!

No mais, não há no que elogiar a arte do Jack Kirby sem chorar de emoção de tão belo são os painéis que esse sujeitinho tinha a oferecer, vou poupar palavras, essa arte cósmica do Kirby é a cara da Marvel e veio das mãos dele. A seguir sequência de imagens


Enfim, recomendado, mais do que isso, obrigação para qualquer um que se interesse na matéria de quadrinhos. 
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A maior rapper branca da história? Debbie Harry e o nascimento do rap

Debbie Harry, lenda do rap.

Saindo um pouco da pegada desse blog iremos hoje falar de RAP, isso mesmo criançada, pega seu boné de aba reta, aquela corrente grossa e calças baixas com a cueca (por favor), simbora.

O hiphop é todo um movimento cultural que leva vários elementos, vai do DJ e MC na música, graffiti, breaking dancing e outros rolês, oriundo do subúrbio nova iorquino tendo como seus fundadores figuras gigantescas da música como Grandmaster Flash and The Furious Five, Feb 5 Freddy e Afrika Bambaataa, lá no finalzinho dos anos 70. Quase nos anos 80 mesmo, você já deve ter ouvido falar de Rapper's Delight do The Sugarhill Gang, considerado o "primeiro rap da história", mas não foi o mais importante. 


Entre 'os pais fundadores' (fazendo referência a história ianque) podemos citar Debbie Harry, vocalista da banda Blondie, aquela mesmo de Heart of Glass e de Call Me do filme Gigolô Americano, baita filme aliás. Antes da vida mainstream, Blondie estava associada a outro movimento nova iorquino urbano, o punk estadunidense, assim como outras bandas de new wave que também começaram no punk.

(Eu vou poderia faer uma postagem mostrando o quão próximo essas bandas dos anos 80 é do punk.) 

Motivo? A música Rapture (1981) com um clipe divertidíssimo que conta com o Feb 5 Freddy e ícones da arte de rua como Lee Quiñones and Jean-Michel Basquiat fazendo aparições cameo, esse hit bateu o número 1 da hot 100 da billboard, sendo a primeiro rap escutado de lendas dos anos 90 como a tropa do Wu Tang-Clan e Mobb Depp e não só isso, como rompeu a barreira do underground, debutando o rap para a história da música, sendo o contato de várias pessoas brancas também, para aquele simples movimento gerado no subúrbio nova iorquino, nas palavras do Feb 5 Freddy

"Para a maioria dos brancos, público mainstream, foi a primeira vez que ouviram alguma coisa sobre rap, e meio que pavimentou o caminho, pode-se dizer, para aquilo que estava por vir."

A música parece um som new wave normal, mas depois do terceiro verso vem um bom rap da própria Debbie Harry, claro que é um flow mais old school, se aproximando do que o Slick Rick fazia em suas gravações, nada muito articulado, mas um flow bem decente para os padrões da época. Bons mesmo, sendo sincero. Rapture do inglês vem de encanto, extâse, uma emoção muito forte que bate na gente. Além de ser um jogo de palavras com RAP.

Apesar do sucesso, Blondie continou na sua trajetória normal, a música foi uma homenagem a essa galera nova que estava surgindo por aí, uma homenagem que acabou virando cartão postal na história do hiphop, apesar de não ter sido o primeiro, é com certeza o som que abriu alas de uma vez por todas, e nem sempre é lembrado nos meios relacionados a rap, a história é a história e ninguém apaga. 
Nas palavras da própria Debbie, ela diz um seguinte: 
"Foi a primeira peça de música com um rap que chegou no número um. Eu não quero ser uma rapper (tem talento deveria ter tentado). Foi uma homeangem a forma e ideia de disso. Mas vários rappers me falaram ao longo dos anos que foi o primeiro rapo que eles ouviram, porque no começo do rap ele não estavam nas rádios. Não era apreciado pela indústria. Ter 'Rapture" no número um de certeza legitimizou, da sua maneira. A galera do hiphop e a galera do punk sempre se sentiram próximas, por todos nós estamos desconstruindo a cultura de uma forma"

Então se tinha um movimento fervoso correndo nos bailes nova iorquinos que entrou em ebulição após Debbie Harry lançar a letra, colocando o rap nas rádios, e o resto... É história... 

Saindo um pouco da toada do tópico, a maioria dos fundadores do rap não sou lembrados nas listas de melhores da história, isso porque a maioria do público tem uma memória afetiva com todo aquele rap comercial dos anos 90, puro sucesso de marketing mesmo. 


 

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Resenha: Piratas do Tietê - 1990, Laerte

Essa capa não foi patrocinada.

Uma nota sobre esse quadrinho, hoje, 05/08 liguei o computador para fazer um download, como vi que ia demorar, abri Piratas do Tietê para ler. Me liguei tanto nas tirinhas que esqueci completamente do que estava baixando. Isso indica muita coisa. 

Essa revista foi pirateada (óbvio), o que nem chega ser uma ironia. Vou passar o site de onde tive acesso foi do blog Download de HQs scans realizados pela/o Dani, seja lá quem seja muito obrigado e viva a pirataria!

Para não spammar essa postagem com bazilhões de fotos, confira nosso arquivo aqui.

De onde vem Laerte?

Laerte está inserida em um daqueles movimentos que consolidou os quadrinhos brasileiros, que aqui chamamos de CARTUM, por isso, artistas como a Laerte são chamadas de cartunistas, não quadrinistas a diferença do cartum/ou tirinhas para os Gibis ou HQs é que o cartum geralmente tem um tom mais humorístico/satírico que costumam aparecer em jornais ou revistas (como o Pasquim), as vezes recheados com críticas políticas, mas aí geralmente são charges. também Já a história em quadrinhos são revistas de tirinhas sequenciadas, sendo heróis o segmento mais famoso. É o que impera, pelo menos imperou por muito tempo no Brasil foi esse mercado do cartum, e cartunistas como a Laerte que fizeram esse gênero se consolidar no país.

Esse famoso movimento vem de São Paulo, muito bem representada pela revista Chiclete com Banana (editora circo, a mesma da revista aqui) que acabou por consolidar esses nomes do quadrinhos "underground", Los Três Amigos* junto ao Luiz Gê e até algumas tirinhas internacionais da divindade dos quadrinhos underground, Robert Crumb. A maioria das histórias tem essa cara bastante urbana e com uma pegada mais punk, o que era a moda contra cultural da época. Quadrinhos pretos e brancos, escatológicos e recheados de putaria, chegamos nesse ponto mais tarde.


*Rê Bordosa, Os Skrootinhos, Bob Cuspe, Wood e Stock do Angeli, Piratas do Tietê da Laerte e Geraldão do Glauco, esses citados são os famosos 'Los Tres Amigos' uma trinca dos cartum brasileiro que vem dessa época. Vocês conhecem, só não sabem pelo nome, impossível não conhecer algo tão compenetrado na nossa cultura. Afinal são figuras carimbadas em todas provas de português

Laerte, Angeli e Glauco

Angeli se aposentou em 2022 após diagnóstico de afasia, Glauco foi assassinado em 2010 e Laerte segue viva e ativa no meio, ainda postando na folha de São Paulo e em suas redes sociais.

Assim como o metal, o meio cartum com o passar dos anos (e o embraquecer dos cabelos) virou um recinto de boomer, com humor duvidoso, piadas com sogra e "odeio minha esposa gorda", aliás, o humor sempre foi nessa pegada 'mais masculinista' desde da aquela época e já era um problema também desde daquela época. Não dá pra chamar de natural, porém esperado de homens brancos paulistas produzindo humor, de fato tem coisa que é intragável de consumir, isso significa que antigamente era permitido e hoje proibido?

Não,
significa que hoje populações consideradas marginalizadas divide em pé de igualdade com os grupos da ordem dominante o mesmo espaço, ou seja, hoje em dia é muito mais fácil falar mal do Monteiro Lobato, basta bom senso e um aparelho conectado a internet. A internet não democratizou o debate, apenas possibilitou um feixe de luz para aquelus que viviam no escuro, digo isso como um homem assexual, que se não fosse a internet estaria embolado com a própria sexualidade até hoje. Isso significa que antes não existia preto, trans, gay, mulher ou outras minorias? Não, apenas podemos ir dividir espaços junto a grupos de ordem dominante, graças a produção massiva de mídia vindo de todos os lugares e todos os cantos, podemos, enquanto minoria, pautar debates melhor do que quando o meio era só feito de homens, brancos, cishéteros na sua grande maioria, puxando o próprio saco e inconsequente dos efeitos que tais abordagens poderiam ser para pessoas fora desse esquadro, que é bastante apertado. 
Só que a dinâmica das redes sociais só proliferam tretas, falsos debates e polêmicas, com algoritmos reconhecidamente propagando a rodo conteúdos fascistas e até decidindo eleições por conta disso. Porque a internet não é terra de ninguém, tem dono, tem interesses por trás e objetivos também, além de ser controlada por um meio arbitrário chamado algoritmo, que são programados por pessoas, que estão seguindo ordens, sejam diretamente dos donos como Elon Musk no xwitter ou de quem tá pagando a mais por isso. Não vale dizer por aí que a internet é democrática, todavia isso é papo para outra postagem. A disparidade do poder econômico, aliado a outros fatores e relações de poder ainda se aplicam na internet, é como se o coturno fosse tirado do pescoço e começasse a pisar no peito.
Balanceando a proposta, não é razoável se sentir decepcionado com uma obra de 1980, contudo muito menos seria razoável relativizar os problemas contidos só porque na época "não era um problema", era um problema, só se não havia um espaço público, geral e aberto para apontar isso. Então é preciso um ajuste de expectativas e um olhar crítico de onde vem aquele possível problema.

Resumidamente, hoje as minorias políticas (que são maioria absoluta da população) tem onde pautar, ao invés de viver ilhadas em seus próprios espaços.
Eu dei toda essa volta para dizer uma coisa, de lá pra cá a Laerte mudou bastante (bastante mesmo) Será que termos uma Laerte do velho testamento em Piratas o Tietê? 

Dona Laertinha, indignada com os memes do twitter

De onde vem Piratas do Tietê?
Publicado em formato de tirinha lá pra 1983 Piratas do Tietê é um trabalho de longo tempo da Laerte é postado até hoje. Uma ideia simples, bucaneiros no rio Tietê, o famoso rio paulista que corta o estado, indo de Salesópolis até Itapura, desaguando no rio Paraná (oh coitado).

Essa revista de mesmo nome publicada pela editora Circo em 1990 talvez seja um atestado de "auge" artístico, caramba, ter uma revista só pra si é sinal que Laerte estava consolidada, e estava mesmo.
Os piratas em si são desordeiros, saqueadores, imorais e até pouco carismáticos até certo ponto, mas não carecem de personalidade, principalmente o capitão, que dá pra eleger como protagonista na maioria das histórias.
E dos imorais que são, sempre estão bebendo, decapitando pessoas, roubando em bando e estuprando mulheres a rodo. Sim, se dá pra elencar uma coisa ""ultrapassada"" são as piadas com estupro, praticamente toda personagem feminina que tem o mínimo de contato com os piratas do Tietê é violentada, algo consciente, visto que são personas retratadas como bárbaros, contudo inconsequente pela quantidade absurda de cena de estupro (não é nada prolongado e visceral, mas é claramente um estupro e mostrado como um, só tem uma quantidades cavalares).
Eu, particularmente, fiquei incomodado com a quantidade de cenas assim
E tudo num clima meio "garotos são garotos", bem masculinista, aliás a quantidade de pênis presente nessas 14 edições do Piratas é algo cômico, nesse quesito nada diferente dos outros artistas, aliás, tem uma história só sobre isso, e é uma das minhas favoritas. Crise, publicada na edição 7
Se quiser ver o objeto vai ler os Piratas!

Falando no popular, tem pau pra caralho nessas histórias.

Todavia, em aspectos gerais, não colocaria Piratas do Tietê como algo que envelheceu mal, muito pelo contrário diria que as tirinhas presente ali pode explicar nosso passado recente, a ascensão dessa "nova direita" no país, porque piratas, em um aspecto geral é um exame da classe média paulista dos anos 90, que hoje é totalmente bolsonarista. Com calma, explico. 

Laerte é do meio, classe média, nisso tem bastante propriedade pra falar. Os personagens apresentam aquilo que é meme nos dias atuais, essa mesquinhez, elitismo e senso de superioridade que a classe média brasileira tem. Além do reacionarismo materializado que é o Capitão Douglas, milico morador desse condomínio 

Tudo isso de forma arquétipica, sendo um modelo que não se encaixa em ninguém especificamente, de fatos personagens, não caricaturas preguiçosas. De personagens reaças dá pra citar Silver Joe (caçador de piratas), o Síndico e o Capitão Douglas. O pânico moral é presente também, até uma tira que cita a terrível invasão islâmica ao Brasil, a fake news mais velha do mundo evangélico (talvez no tempo das cruzadas fizesse sentido). 

essa me tirou boas gargalhadas

 As tirinhas do Capitão são sensacionais nessa parte política, contudo é o trecho da revista que tem uma conotação mais clarividente, mesmo assim não é carregado. Por isso a própria Laerte indaga no editorial da ed. 5 "Como defender posições sem ser ranzinza?" essa pergunta é um contraste em relação a geração passada de quadrinistas, que viveram o auge do regime militar, onde a arte servia como protesto, o quadrinista precisava ser sempre engajado, críticando o governo, fazendo críticas sociais fodas, botando a galera pra pensar. Enquanto que a Laerte faz tirinhas como esta 

Mesmo nas tirinhas de protesto, o humor estava presente, isso fez que o imaginário brasileiro ficasse que tirinhas servem apenas para comédia, seja para criticar o governou ou alguma piada com rola, o que dificulta a adesão do público geral em trabalhos mais sérios, que também se faz presente aqui. Hoje a Laerte é mais conhecida pelas tirinhas abstratas que "ninguém entende", mas oras, quem disse que a arte tem uma utilidade prática? Essa presunção de entendimento pode atrapalhar a sua imersão no conteúdo, porque já se entra achando que tem algo pré-estabelecido, quando na verdade quem vai ditar o que a obra vai ser é ela mesma, na sua apresentação. E esses trabalhos mais sérios também estão presentes, mais rarefeitos, mas estão presentes sim. Lendo Piratas do Tietê você já consegue enxergar esse brotozinho da Laerte de hoje em dia.

Nas tiras de humor, tudo é muito bobinho, algumas contam até com humor físico mesmo, tipo o coiote do papa léguas se estrebuchando na parede, aquelas famosas tirinhas de jornais com apenas 3 painéis também, porque ninguém produz tirinhas como Laerte, aqui ela mostra todo seu arsenal, com diferentes traços, temáticas e estilos no geral, mas em todos eles, por mais diferentes que sejam você sabe que está lendo Laerte.

O humor está sublime, eu ri de chorar e dar aquele tapinha no joelho em algumas.

Não diria que a proposta aqui é poleminzar* através do absurdo, como é comum em quadrinhos dos anos 80, mas provocar, sutilmente ou as vezes mais gritante como Luta Livre de Classes (n3) 
*tomo ranxerox como exemplo...

Laerte não te incomoda, mas quer falar com você sobre alguma coisa, daí demanda a sua atenção maior para o que ela quer dizer.

Um ponto bastante positivo é que mesmo sendo um sucesso de venda, ela ousa a mudar a forma que produz, o ritmo, o humor e até nas histórias mais sérias. As primeiras edições eram publicadas no estilo do Fradim, na horizontal, depois da sétima mais ou menos, é uniformizada na vertical e muda drasticamente a logo da revista 

Apesar de ter ficado pior, é sinal de uma profissionalização, as histórias ficaram mais longas, menos histórias diferentes, alguns bons "dramas", como Salvador 40 Graus. Arriscar tão alto numa fórmula que já vinha dando certo é uns dos motivos pelo qual essa revista vale a pela.

Não há muito o que se elogiar graficamente nessa revista, apenas Laerte Coutinho, não tenho nada mais o que falar sobre. 
Menos colorida, ainda de sua fase underground tudo é preto e branco, com jogo de sombras, algumas de traços mais grossos, mas quando também vai pro traço fino, é uma maravilha. Pra não encher essa postagem e imagens vou fazer uma só pra isso. Confira aqui

O último ponto que ressalto são os editoriais da Laerte no começo de cada tira e as cartas do Tietê no final de cada edição, uma interação direta entre a cartunista o público. Ler esses documentos podemos entender do cenário de quadrinhos da época, o cenário de São Paulo, do Brasil, detalhes da vida pessoal dela e seus referências também, além da publicação de zines e tirinhas amadoras, claro, os hates também, que tem bastante. Público exigente.
Com isso ganha um feição mais intimista, descobri que Laerte já foi filiada ao PCB por exemplo.

Em síntese destaco individualmente a história do Batman se unindo aos piratas, na edição de compilação de histórias antigas, a 12
Nem é tão boa assim, mas é o Batman Laerte!!

Bem como Origem dos piratas do Tietê (primeira história), Capitão Douglas Manu Militari, Quadrinho Eleitoral Gratuito, A Safira do Faraó, Jacaré do Tietê, A revelação (uma crítica FODEROSA a igreja católica), Crise (a que linkei aqui), Salvador 40 Graus, Emundo Cachín Medina (apesar do traço racista), A primeira execução da Pena de Morte no Brasil e Vila Madalena.

Em linhas gerais, Piratas do Tietê é um cartão postal da cidade de São Paulo, da obra da Laerte e dos quadrinhos undergrounds paulistas da época, a partir dessas 14 edições dá pra se estratificar o suco que é a mente dela, que é uma das maiores que termos, se não, a maior na arte de fazer tirinha. É uma obra que sobrevive ao tempo, se fazendo necessária até hoje, para entender esse extrato tão perigoso que termos rodando pela sociedade (e aqui não estou falando dos piratas). Uma coisa que os cartunistas de Instagram estão tentando fazer desde de 2016 já foi muito bem feito em 1900.

Um humor simples, que é quebrado com uma ou outra obra mais densa e obras densas que são quebradas com tirinhas bobinhas. 

Seja para conhecer a história da arte nacional ou apenas se divertir recomendo, fortemente, Piratas do Tietê, 1990, Laerte Coutinho. 

Informações chatas
Todas (ou pelo menos a maioria das histórias) presentes em Piratas do Tietê
n1
Origem dos piratas do Tietê
Grafiteiro
O Milage da Vida
n2
Fagundes e Quadrinhos sexuais
Vozes da Selva (história com os piratas)
A safira do Faraó
n3 
Luta livre de classes
Rituais da natureza (Os gatinhos)
Vozes da Selva
Capitão Douglas Capricórnio
O Polumóvel
Don Luigi Lonstravagante
n4
Insert Coin
Síndico Apocalipse
Quadrinho Eleitoral Gratuito 
Gente como a gente
Vozes das Selva
Fagundes (editado)
n5
Os gatinhos 
A queda dos países do Leste
Capitão Douglas Manu Militari
Tesouros do Japão 
Forza Don Luigi
Horda
n6
O Jacaré do Tietê
O condomínio PIB
Paint Ball
É Guerra Santa? (os gatinhos)
Objeto de Desejo (Piratas)
Fagundes Meu Saco Meu Tesouro 
n7 primeira edição verticalizada 
A revelação -  crítica ácida a igreja católica
Condomínio Ame-o ou abomínio-o 
Novo Código Eleitoral
Crise
A noite é uma criança estúpiada e mal criada
Cartas do Tietê
n8
Motim
Que fim levou Baby Jane?
Fagundes
n9
Silver Joe
Horda pinta e borda
Como fazer um fanzine
Ao mestre com carinho
Dança dos Gatos
n10
Salvador 40 Graus
Ghost não se discute
Próspero 3 vezes
Destino de Sereia
Condomínio em Notícias
Edmundo Cachín Medina
Meu Síndico Inesquecível
n11
A primeira execução da pena de morte no Brasil
O Barulho dos inocentes
Quadrinhos do Harvey Pekar
De Noite todo os gatos são pardos
Como foi o crime
n12
Republicação de história da época do circo
A terceira Margem - Batman contra os piratas
n13 
Vila Madalena
Fagundes em Duelo de Titãs
Rascunho
Sindicato de Piratas
Rum
Nada como um circo após ao outro 
n14, Última edição
Shangri-lá (os piratas)
Aqui
O condomínio
Darling Diary




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Arquivo: Piratas do Tietê

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