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Quadrinhos são uma péssima fonte pra adaptação: O Superman da era de prata.

Superman #163

No último sábado eu paguei uma dívida histórica que tinha com o mundo nerd: assistir Superman do Donner (1978) pela primeira vez. Cara, que filmaço. Assim como Superman lá no comecinho dos quadrinhos foi o título mais importante (mesmo não sendo o primeiro), o filme do Superman também é o mais importante dessa linhagem cinematográfica de filmes de herói. Basicamente é o primeiro filme de herói com um grande investimento, com grandes atores (Marlon Brando de Jor-El), grande nomes na produção (Mario Puzo, roteirista do Poderoso Chefão) e nos moldes que nós conhecemos, ou pelo menos conhecíamos porque a qualidade caiu bastante nos últimos títulos...

Não acho que o filme merece uma postagem própria, todo mundo já conhece. Só adiciono que eu acho o Superman do Reeve, fofo demais, ele dá tchauzinho antes de sair voando, salva gatinho preso em árvore, pede licença pra passar na calçada. Mesmo assim acredito que o Clark é mais perfeito ainda, eu gostei mais do Clark Kent do Reeve do que o Superman.

fofo

Só que no meio do filme me veio uma dúvida na cabeça, será que o Superman (1978) é fiel aos quadrinhos? Já adianto que a resposta é não.

O mundo nerd criou alguns conceitos que são falsos, quando o filme é ruim buscam as respostas mais fáceis, que já viraram bordões. Se o filme não presta, já falam "não foi fiel aos quadrinhos", ou "mudou demais o personagem", sendo que na verdade tudo que um filme precisa é uma coerência interna que seja funcional, se vai ser parecido ou não com os quadrinhos deve ser o segundo plano. Até porque toda mídia independente entre si, uma autonomia é fundamental. 

Não tem receita, ou o filme é bem feito ou é mal feito. Tem projeto, é uma coisa diferente.

Superman de 78 não é fiel aos quadrinhos, ele é fiel ao personagem, são coisas diferentes. Mais do que isso, é responsável por amarrar vários conceitos do Superman em uma história só. Como o S ser símbolo da casa de El, que é família do Superman em Krypton (antes era só um S mesmo), e o Lex Luthor ser um empresário filho da puta, que na altura dos quadrinhos era só um cientista maluco filho da puta. Além de ter firmado essa imagem do Super de bom escoteiro, e uma roupagem mais coesa do universo Superman. Até porque o nosso queridão tava em águas turbulentas na era de prata-bronze, falarei mais pra frente.

Utilizarei como fonte uma postagem que vi no r/Superman (reddit) que explica as diferenças mais gritantes.

  • Lex Luthor não lidava com o mercado imobiliário (especificamente nesse período, ele ainda estava na fase cientista maluco. A descrição como homem de negócios só viria aparecer poucos anos na frente);
  • A primeira "entrevista" do Superman foi com o Clark, não Lois;
  • Não existia Ms. Teschmacher ou Otis;
  • O S não era um símbolo da Casa de El, mas apenas um S (O S sendo o um símbolo é uma influência desse filme, Porque o Marlon Brando só aceitou fazer o Jor-El se ele usasse o S no peito)*;
  • Krypton não era completamente branca ou cristalizada. Na verdade, era um paraíso, mas a maioria das pessoas eram cuzonas; 
  • Seguindo as histórias da era de ouro, os Kents (pai do  Clark) morreram antes do Clark is para metropolis, como é descrito nos gibis do Superboy. O filme foi o primeiro onde Martha ainda estava viva quando o Clark vira o Superman.

Também essa parada do Jor-El enviar o Superman com uma missão na terra, não existia em lugar nenhum, além de ter DESCONSIDERADO a fase do Superboy INTEIRA, ao invés do Clark ir amadurecendo, ele passa uns 12 anos estudando na fortaleza da solidão e aparece do nada com 30 anos já trampando em Metropolis. Essa fase pós-morte do Jonathan Kent é o pezinho mais fraco do filme, mas tá ok, a gente perdoa o Mario Puzo. Perdoamos?

*o asterisco é que o filme do Donner ele não é baseado no Superman dos quadrinhos no geral, fidelidade quase zero. Na verdade é meio que uma mistura da era de ouro com a era de prata, mas não se parece com nenhuma das duas, porém é idêntico (até visualmente) com uma série de TV do Superman que foi a o ar em 1952. A SEGUNDA adaptação audiovisual em carne e ossos, a essa altura já tinha aquele desenho maravilhoso do Fleischer em 1941 e um Superman live-action de 1948 que foi uma seriezinha de 15 episódios.

 As aventuras do Superman, o famoso Superman do George Reeves, que faz parte da infância de muita gente. E tem o mesmo S no meio que o filme de 1978, é idêntico mesmo. 


A destacar que a série ainda era em preto e branco, sejemos inteligentes. 

O filme dá um passo atrás na representação mais popular do personagem, indo para a era ouro mais ou menos. O Superman mais popular na época mesmo tinha sido o Superman da era de prata (metade dos anos 50 até 1968 mais ou menos) e porra, AINDA BEM que não foi fiel aos quadrinhos.

Nessa postagem iremos investigar as maluquices do Superman dos anos 60 e provar que nem sempre os quadrinhos são uma boa fonte para adaptação. 


✧ ERA DE PRATA CONTEXTO HISTÓRICO


Se você odeia, ou pelo menos embarca nessa moda de odiar multiverso, ou universos paralelos condene a DC Comics que inventou essa gracinha, lá em no Flash #123 (1961) onde dividiu formalmente duas eras dos quadrinhos. A era de Ouro representada pelo flash do Jay Garrick, aquele com uma cumbuca na cabeça, e o flash mais clássico do Barry Allen, representando a era de prata. 


Aliás é com a criação do Barry Allen em Flash #4 (1956) que é iniciada a era de prata dos quadrinhos. Que em poucas palavras pode ser resumida como era de domínio dos quadrinhos de super-herói, uma vez que as outras publicações de não-herói ficaram para trás depois da criação do Comic Code Authority, um conchavo para derrubar a gráfica mais popular, a EC Comics. 

Antes do heróis, os quadrinhos mais populares eram o de terror, histórias policiais, histórias infantis como Luluzinha e também aquelas de animais falantes. Na virada dos anos 50 para os 60, essas ficaram no passado, e as histórias de herói tomaram conta, meio que na marra. 

Qual é a principal característica da era de prata? 

Histórias de ficção científicas e um olhar menos mítico, ou místico dos super-heróis, como era os heróis da DC na Era de Ouro. Também tem o surgindo da Marvel, só ver como muitos heróis da Marvel tem uma origem relacionada á ciência, Demolidor levando CHORUME nos olhos, Bruce Banner ou a picada (la ele) do Peter Parker. Só que a Marvel vai se popularizar na metade dos anos 60, e tinha outro público alvo, um público mais universitário, suas histórias tinham camadas sociais mais densas.

Já a DC, durante a era de prata era totalmente focada no público infantil, suprindo a carência que as crianças tiveram com o fim de outros quadrinhos. É nisso que Superman dos anos 60 está encaixado, era focado para um público infantil, sendo a revista mais vendida na época, basicamente a Turma da Mônica deles.

Sabe esse climão de Turma Mônica? Essas revistas episódicas sem relação entre si? Era como Superman se encontrava, o Batman tinha um caminho bem parecido, a série clássica do Adam West dá o  tom dos quadrinhos. 

!!A era de prata se aplica mais a história da DC dos quadrinhos, e ainda assim é só uma divisão para compreender, mas não deve ser levada TÃO sério assim, porque a história não é tão mecânica, tanto que vai ter heróis dos anos 60 que se encaixam naqueles dos anos 40, nada impedia na época. Até porque os artistas da era de ouro ainda estavam em atividade!!


✧ SUPERPODERES ESTRANHOS, SUPERGIRL, SUPERBOY, WONDER MAN, SUPERLEÃO, SUPER FOMRIGA... MORT WEISIGNER e JERRY SIEGEL.

O Superman tinha uma certa vantagem de outros personagem de herói a sua época, mesmo que de forma totalmente bagunçada, Clark Kent já possuía uma certa mitologia própria, vários personagens secundários bastante firmados no imaginário coletivo. Lois Lane, Jimmy Olsen, Lex Luthor, além de lugares comuns. Meio que a altura de 1960, TODO MUNDO já sabia o que era o Superman, seja pela série de TV, os desenhos do Fleischer ou os próprios quadrinhos. Ele era algo facilmente reconhecível, um homem de capa com cueca vermelha em cima do uniforme.

Em palavras mais simples, existia um Superman no imaginário popular, brincar com isso é mais fácil do que construir um universo de um novo personagem, como a Marvel foi fazendo com Quarteto Fantástico por exemplo. 

Havia outra vantagem no Superman da era de prata, um de seus criadores lá em 1938, voltou a fazer o personagem Jerry Siegel, que junto com Mort Weisigner comandaram essa nova leva do herói, produzindo histórias bastaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaante criativas, e férteis também. O Weisigner é basicamente a cabeça responsável por amarrar o Superman e toda sua mitologia, racionalizando o personagem, ou transformando o sonho do Siegel e Shuster em realidade. 

 O Super foi tão popular nesse período que rendeu revista própria da Lois Lane, Superfamily e do Jimmy Olsen, além do que já existam a revista própria do Superman e do Superboy, que são as aventuras do Clark quando jovem.

Pra não citar a criação do Krypto, o supercão. O panorama tinha mudado, o Kal-El não era o único sobrevivente do planeta Krypton, tinha a Supergirl (que também tinha revista própria) e o General Zod, que também são dessa época.  A maior diferença entre o Superman da Terra 1 e da Terra 2, é que o da terra 1 tem MUITO MAIS poderes, tom mais leve e as aventuras especiais, além de mais vilões.


Também a DC fez aquelas brincadeiras que vieram a ser mais comuns no "Marvel What If..." onde contam histórias alternativas. Aliás, tem MUITA, mas MUITA história alternativa nessa época do Superman, VÁRIAS versões de cópias do Superman, uma delas está presente na revista Superman #125 (1958), que tem uma capa muito famosa*.


O resultado disso é um absoluto sucesso de vendas, e popularidade com o público infantil, isso de 1959 até 1966~ se tinha praticamente um monopólio do Super, só que essa paz acaba quando o Batman estoura de vez com a série do Adam West, e os títulos da Marvel começam a ficar populares no geral, especialmente o quarteto fantástico, que rendeu até adaptação da Hanna Barbera já nos anos 60.

A concorrência era forte, não tinha como superar Batman '66, o que tornou toda DC mais Batman-cêntrica, como é até hoje né. A série de TV do Batman o tornou o principal personagem da DC nos quadrinhos. Eu ACREDITO também (isso é uma suposição) que a popularidade da televisão no geral tirou as crianças dos quadrinhos, a altura de 66 já se tinha vários seriados e desenhos voltados para o público infantil, ou tratando dos mesmos termos de ficção cientifica dos quadrinhos. O que forçaram finalmente a DC a tirar o tom mais bobo de suas histórias, já que seu público não eram mais crianças de 11 anos. 

Cabe pontuar algumas séries do período, Star Trek, Mission Impossible, The Monkees, Time Tunnel, Space Ghost e além de Twilight Zone que é do finalzinho dos anos 50;

Cabe pontuar que o Jerry Siegel sai da DC novamente mais ou menos nesse período. Precisamente em 1965; 

A mudança de tom nos quadrinhos do Batman é automática, e ele se encerra logo após com o fim da série em 1968, em um movimento editorial sagaz, criando assim o Batman no tom mais próximo que conhecemos o personagem em Batman #217 (1969), quando o Robin vai pra faculdade e desaparece das histórias do morcegão por um bom tempo, focando as histórias mais em investigações (que sempre foi mais ou menos o personagem). O Superman não continua a galhofa por muito tempo também, acabando gracinha até antes,  na Action Comics #348 (1967).

A "última" maluquice da era de prata é justamente a 347, que tem essa capa:


80 páginas de pura diversao

*MUITAS CAPAS DO SUPERMAN NESSA ÉPOCA SÃO PURO CLICK DA DC. Existem algumas pessoas que levam essas capas a sério como fossem poder, mas na verdade elas serviam para chocar o público, mostrando Superman fazendo coisas bastante cuzonas, tipo deixar as pessoas morreram de fome, ou fazendo algo totalmente aleatório. Não se deixem levar por elas


Olha a diferença da edição 348:



Claramente uma mudança de tom. Mas eu nem mostrei as histórias mais bizarras do Superman, vamos com elas. Para fechar irei "ler" algumas histórias mais bizarras durante a era de prata. 

✧ SUPERMAN FUMANDO??


Isso acontece na história secundária da edição #163. O Superman, que tem supervelocidade, superforça e bem... Ainda mais na era de prata que ele tinha mais poderes ainda, ele utiliza charutos (precisamente uma dúzia) que ele ganhou para criar uma cortina de fumaça e simular a explosão de uma bomba com as próprias mãos, fugindo do lugar que estava preso. Não me pergunte por que ele estava preso, mas faz parte do roteiro. 

A bomba foi jogada por um bombeador maluco, que só produzia bombas meia-bombas, fazendo sua centésima explosão.  Não vou explicar além disso. É isso mesmo.


✧ LASER ARCO-ÍRIS??

Superman, #125

Alguns sites nerd colocam que esse é um poder real do Super, mas NÃO. É APENAS A CAPA. A história é sobre a Lois sonhando enquanto espera o Superman voltar com uma bolsa de sangue de Chicago, já que seu sangue é raro. Mesmo que Metropolis é uma cidade gigante, deveria ter um doador por lá. Em seu sonho, Lois imagina como seria se ela e o Clark tivessem super poderes, é algo muito bobo do Clark Kent sendo um completo imbecil atrapalhado, e não salvando ninguém.

Tipo, o Clark vê um barco afundando e a ideia dele é extrair borracha da arvore e fazer uma boia gigante. Imagina isso adaptado em um filme:



Ou quando ele destrói a casa de alguém sem querer e vai trabalhar para conseguir dinheiro e compensar os danos, eu ri dessa parte, não vou mentir que é uma excelente gag. 


Depois tem outras histórias menos interessantes.

✧ SUPER-FORMIGA??

Action Comics, #296

Essa história é começa com o Lois e Clark indo a um zoológico para observar uma nova colônia de formigas, e daí tem uma parte bem educacional sobre o funcionamento das formigas e do formigueiro, de quão fortes elas são. O Clark até diz "se elas tivessem o tamanho de uma pessoa, conseguiriam levantar o Empire State Building", e Lois responde com "haha, ainda bem que elas não são desse tamanho", só que existiam formigas gigantes lá pra pasta da égua, numa região remota. 

Eventualmente elas chegam a Metropolis e começam a causar uma bagucinha. Superman é chamado para resolver a situação, e quando ele chega nas formigonas percebe que elas tem kryptonita verde, daí o exército dá a ele um TANQUE DE GUERRA de chumbo para se proteger de uma eventual radiação da kryptonita verde. É isso o que rende uma das cenas mais hilárias que já vi: ele precisar de um tanque de guerra.


Pra quem não sabe, o Raio X do Superman não funciona contra o chumbo, então também o protegeria de uma eventual radiação de kryptonita.

Acontece que o tanque mesmo sendo de chumbo não dá conta, uma única formiga o levanta e arremessa contra a parede.

Eu não faço ideia se um tanque de chumbo seria mais resistente ou menos.

Por mais um velho clichê, as formigas capturam Lois Lane, e o Superman tem a brilhante ideia de ir até o espaço e se auto envenenar com Kryptonita Vermelha, que nunca tem um efeito específico, é mais uma carta coringa pros roteiristas e só deixam as coisas MALUCAS, no caso dessa revista, ele se transforma numa formiga, para utilizar das antenas e se comunicar com as outras formigas. O que proporciona uma das histórias mais grotescas do Superman, então dessa vez a capa não tem click-bait, existe o Super-formiga.

BIZARRO CARA

Apesar do absurdo, as formigas são pacíficas, elas são sobreviventes de um apocalipse nuclear em outro planeta, e devido a radiação cresceram de tamanho. Como a guerra atômica destruiu o planeta natal delas, as formigas-gigantes-alienígenas dedicam a vidar em viajar por outros planetas e avisar sobre os perigos da guerra nuclear, por vias das antenas, avisam isso ao Superman, que por sua vez faz um discurso anti-guerra na ONU. É ISSO A HISTÓRIA.   



✧ RINHA DE PET??

Action Comics #277

A história de briga do Rajado com o Krypto é a secundário, então a capa faz sentido. Só que a história é uma trilha tão estranha que eu não consegui resumi o que acontece. É uma treta do Lex Luthor e o Superman, o Lex vai tentar roubar o Fort Knox, o Superman aparece e é recebido com várias boladas de kryptonita... Cara, eu desisto de entender.


Mas aí tem um plot twist que na verdade era um robô do Super... E aí o Lex Luthor DEVOLVE o que roubou porque não derrotou o superman de verdade... Que...



Já a história da Supergirl na mesma revista é uma clássica cão x gato, o Rajado fica com ciúmes do Krypto que está recebendo toda a atenção da Supergirl, então a história dele é contada, de como ele ganha seus superpoderes e resolve atacar o cão, o Superman aparece pra separar.

gato fodido carente triste

A ideia então do Superman é fazer o "cabo de guerra mais fantástico da história", com uma corrente enorme com cada um puxando de cada lado. O cara é cabeça demais, senhor. 




A corrente quebra no meio, e eles competir em outro lugar, em um planeta muito distante, que beira o surrealismo. Eu não vou explicar mais nada, isso é Superman dos anos 60 purinho.



E O SUPER MACAQUINHO. 

que fofo cara



✧ A VEZ QUE ELE VIROU UM LEÃO

Action Comics #243

O Superman foi amaldiçoado com um soro que transformava ele em um leão, e a história é sobre isso mesmo. A história um fator engraçado que a primeira reação da Lois foi "ah foda-se, eu ainda gosto de você, vamos pro teatro assim mesmo" e o Superleão tá tentando levar a vida normalmente. Bom demais.



✧ SUPERCORNA?? 

Lois Lane #31

Essa é uma história da Lois Lane, são duas na verdade. A primeira é ela explorando Metropolis com um tipo de óculos especial que mostra a "essência animal" das pessoas, cada pessoinha é um animal diferente, inclusive o Superman é mostrado como uma águia e depois como um leão, DE NOVO. É pelo menos a TERCEIRA história que conheço onde o Superman é associado com um leão.


fursona foda

Aí é só fazer o link né papai, ela vai olhar o Clark e o Clark vai se esquivar para não aparecer com a mesma essência animal do Superman. Bem bobão mesmo.

Na segunda história, também envolve uma geringonça de mochila que apita a emoção que você está sentido no momento. Daí eles testam o ódio com o patrão, o medo com o Jimmy Olsen e entregam á Lois Lane para testar o ciúme... No caso do Superman, Lois dá uma gastada falando que "aí, eu nem ligo pra ele, por mim pode casar com a Lana Lang", pra quem não sabe Lana Lang é uma talarica safada, digo interesse romântico do Superman, ou mais ou menos a arquivilã-não-declarada da Lois Lane. A deliciosa rivalidade feminina que o mundo misógino proporciona.



Acontece que ela tem ciúmes de todas as mulheres que o Superman chega perto, é isso mesmo.

Betty Drew.

A sereia Lori, que o Superman tava só de passagem pra dar um salve.


Aí quando a Lana Lang aparece, ela taca logo um beijão no Superman, rapaz a luz gerou tanta energia que começou a gerar atração magnética com uma máquina que tinha perto. Essa é a piada da tirinha. 

adcione risadas do Big Bang Theory aqui


As histórias da Lois Lane eram muito coisas da época, era só uma mulher que vivia em função do seu super-homem, mesmo quando eles nem estavam em um relacionamento ainda. Imagina só o quanto de chorume que tinha nessas paradas. Isso já estaria muito datado a altura de 1978, a Lois do filme é mais "independente", apesar de ainda fazer o papel da mocinha indefesa. Ela está mais para uma mulher forte de cai nos encantos do galã, se desmontando toda. Não a culpo, o Christopher Reeve era muito gostoso. 


✧ CONCLUSÃO, E MENÇÕES HONROSAS.

Tem um personagem que surgiu nessa época que foi o Bizarro, que é um personagem que gosto. E o vilão mais chato do Superman, o Mxyzptlk, aquele que só PERTUBA o Super e pode ser derrotado se falarem o nome dele ao contrário, salve engano ele surge na era de ouro ainda, mas é melhor aproveitado nessa maluquice da era de prata. 

Eu também adoro aquela chave gigante da fortaleza da solidão, que o Superman fez para a fechadura. Ele fez uma chave que somente alguém com a força dele consegue abrir. 
 
Action Comics #310


Maluquice pode soar pejorativo, eu diria mais uma certa ludicidade, ou um pensar o personagem além de uma lógica formal que a vida adulta tem. É uma ludicidade que só os quadrinhos conseguem expressar. 

Saindo até do Superman, os quadrinhos é uma mídia marginal que passa pela mão de dezenas de autores, ou até centenas, que cada um deles dá suas próprias ideias e invenções, é difícil fazer qualquer tipo de adaptação de seja "próxima" com os quadrinhos. Os quadrinhos são mais maleáveis, enquanto os filmes precisam de mais personalidade e conceitos que funcionem. Não atoa, filmes são mais fáceis de consolidar conceitos. Por serem mais fáceis de serem distribuídos e conversarem melhor com o público geral.

Uma revista de quadrinho são apenas vinte páginas que você lê sozinho, um filme tem mais de 90 minutos (normalmente) onde todo um movimento debate e pensa naquele filme, ou até todos movimentos culturais que consolidam na cultura pop, como foi com Star Wars.

Então ao invés de comprar fidelidade aos quadrinhos, acredito que o mais importante é gerar mídias autônomas que tenham êxito em contar mais uma vez a história de um personagem tão conhecido, ou até agregar novos conceitos, mesmo achando que nos dias atuais seja algo difícil.

O trailer do novo Superman já agradou muita gente pela fidelidade, mas ainda é cedo para cravar alguma coisa, uma obra pode ser fiel e ruins, basta estar na mão de pessoas que não tem a menor ideia do que estão fazendo (Zack Snyder). 

Mais uma vez, não existe receita de bolo, existe filmes bem feito e mal feitos, e até alguns filmes mal feitos podem agradar. Tem gente que gosta do Watchmen de 2009, dá pra acreditar?

Mas em linhas gerais, é isso mesmo. Até a próxima superaventura desse blog.

TCHAU!



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