Pesquisar este blog

Bem-vindes a Marginália 3

Quadrinhos, música brasileira e outras coisas a mais. É somente requentar e usar! Made in Brasil

Martin Luther King e Malcolm X não foram inspiração para os X-Men, desvendando um mito.


Se você é um usuário médio da internet já deve ter visto um papinho de que "Stan Lee em 1963 criou o Professor Xavier e Magneto como se fossem uma analogia do Martin Luther King Jr. e Malcolm X" essa afirmação está errada em tantos níveis que podemos considerar uma fake news do nível cloroquina pra covid, só que em proporções menores e nos mundo dos quadrinhos, diria que menos letal também.

Seja-lá-quem inventou essa lorota deve ser conhecer muito pouco de Malcolm X e MLK e menos ainda dos X-Men! Como negro e fã do x-men preciso fazer desvendar tudo isso. Essa postagem talvez seja longa, então pegue um copinho d'água, sente-se de uma forma confortável e simbora meu povo.   

A suposta rivalidade entre Martin Luther King e Malcolm X

Entre os dois, há mais semelhanças do que diferenças, a maior diferença é que um seguia a Maomé e o outro a Cristo.

O pacifismo do Martin Luther King é um verdadeiro GASLIGHT (manipulação) histórico, uma tentativa de apagamento do seu legado e simplesmente não é condizente com a realidade dos fatos. Ora, da forma que é narrada, Martin Luther King era só um pastor bonzinho, boa pinta, uma figura quase messiânica sonhadora que veio a essa terra para lutar bravamente contra o racismo atráves da paz entre os brancos e negros, como disse em seu discurso mais famoso "I Have a Dream" de 63, MAS Dr. King viveu bastante depois daquele discurso e o mesmo disse que "O sonho que eu tive naquele dia, em vários pontos, se tornou um pesadelo", admitindo na mesma entrevista que foi um discurso 'simplista' e otimista e que agora passa por uma fase mais de "realismo", essa fase, é a dedução que a revolução é a única arma de fato que os oprimidos tem contra os opressores, ou nas palavras do próprio doutor: "Em uma análise final, a REVOLTA (aqui ele usa riot no original) é a linguagem dos não ouvidos" [In the final analysis, a riot is the language of the unheard.]

Em uma perspectiva, a revolução/luta armada, só aconteceu, mesmo de forma breve e meio tímida porque figuras como o Martin Luther King, Malcolm X e os líderes dos direitos civis não foram ouvidas, ou então seja uma questão de classes, onde o capitalismo é aliado a supremacia branca, e o racismo sendo um componente do caráter inconciliável de classes, mas não vamos entrar nessa seara.

 nas palavras do próprio:

"Os militantes então com um espírito revolucionário, e preocupados em revolucionar, certos valores que tem existidos na nossa sociedade precisam ser revolucionados, E eu acho a outra coisa que precisamos ver é o que o Presidente Kennedy disse: 'aqueles que fazem a revolução pacífica impossível, fazem a revolução violenta inevitável.' "

Óbvio que: Não quero pintar o Martin Luther King como comunista só porque puxei um apanhado de frases/fatos históricos solto, contudo essa imagem de "pacifista" ou pior de REPUBLICANO a qual é atribuída do Martin Luther King é uma mancha em sua história e uma grande despolitização de sua figura, nós, enquanto negros, não podemos isso acontecer. Fato também que o Dr.King aos poucos foi se afastando de um discurso "utópico" e cada vez mais reconhecendo o poder e o papel da ideologia revolucionária nos movimentos civis, afinal, não há, até hoje, uma outra alternativa para conquista de direitos dentro do sistema atual fora uma luta verdadeiramente radical. King deduziu isso, não atoa, foi executado.

Óbvio que Martin Luther King nunca tacou tijolo na polícia, queimou camburão e botou a mão no rifle, mas essa posição é devida ao momento histórico da luta pelos direitos civis e as contradições de sua realidade, achar que a ação negativa (o não-fazer) pode ser interpretado como contrário a é uma posição bastante desonesta em certa medida.

Em suma: Martin Luther King NÃO ERA pacifista, contra-revolucionário, ou alguém que fora confortável no establishment, todo fofinho com o governo, muito pelo contrário, foi preso mais de 20 vezes. 

Abril de 1963

Doutro lado, há uma figura vilanificada ou igualmente estereotipada como "violento", um quase bárbaro Malik el-Shabazz, o Malcolm X, posto em uma falsa dictomia entre ele o MLK, o caminho violento e o não violento, ora, a luta de classes abrange vários meios e formas de atuação, não sendo necessariamente uma coisa ou outra, a realidade material é dialética, comportando diversas contradições. Malcolm é pintado como um separatista negro, alguém que fomentava a guerra racial e coisas parecidas. Palavras de discursos do Malcolm X

"Nós somos não-violentos com aqueles que são nãoviolento conosco" [“We are nonviolent with people who are nonviolent with us.”]

É exatamente como a Nina Simone fala em Revolution pt. 1 "Eu sei que eles vão dizer que estou pregando o ódio"  

Ainda vou tirar uma postagem parar falar como Nina Simone canta Beatles melhor do que eles mesmos .

Bem, assim como King, Malcolm X tem uma história mulfifacetda, que não pode ser resumida em seus tempos de nação islã, que defendia um certo 'nacionalismo negro' da qual se afastou por fortes divergências do seu principal líder (Elijah Muhammad). Aliás, apesar de ser pintado como "o violento", Malcolm nunca participou de grupos de lutas armada ou guerrilhas, a fase mais radical do movimento negro veio a acontecer na segunda metade da década de 60 (Panteras Negras e Black Libertation Army), depois de sua execução. Sim, sempre defendeu o discurso da luta armada da revolta popular ARMADA, pois todos os meios necessários,

"Sobre a não violência, é uma forma criminosa de ensinar o homem a não se defender a si mesmo, quando ele é vítima de constante ataques brutais" [“Concerning nonviolence, it is criminal to teach a man not to defend himself when he is the constant victim of brutal attacks."

Mas no fim e ao cabo, assim como Martin Luther King, nunca foi associado com grupos armados/ataques, tão pouco líder de milícias negras ou coisas parecidas. Diferente de King, Malcolm X realmente chegou a se aproximar no final da sua vida de lideranças conhecidamente comunistas anticolonialistas, tendo contato com o panafricanismo, como o líder de Ghana Kwame Nkrumah quem conheceu pessoalmente durante sua visita a África, mas morreu antes de qualquer sinal mais próximo da teoria marxista de fato, apesar que radical, no sentido de luta armada, sempre foi.

Ou seja: Martin Luther King e Malcolm X foram dois líderes populares ícones do direitos civis estadunidenses, que sempre reconheceram o poder a necessidade da revolução/revolta dos oprimidos, não havendo entre eles uma rivalidade ou qualquer antagonismo, se não apenas pela forma de discurso, porém, sempre tiveram os mesmos objetivos, nas palavras do Malcolm X

"O Dr.King quer a mesma coisa que eu. Liberdade." [Dr. King wants the same thing I want. Freedom.]

eles eram mais parecidos do que a história conta


AVISO, a história do movimento negro dos Estados Unidos é repleta de contradições e elementos difusos, sendo muito mais longas do que meros parágrafos em um blog, merece um estado aprofundado de suas características, NÃO TOMEM ESSE TEXTO COMO VERDADE ABSOLUTA DOS FATOS, é uma mera síntese do pouco que sei, e estou longe de ser especialista na história dos yankees. Dos conteúdos que vi, estão linkados. 


Professor Xavier e Magneto

De forma bastante resumida, quem são professor Xavier e Magneto? Charles Xavier, Professor X(ou Xavier) é um geneticista famoso mundialmente, diretor da Escola Xavier para jovens superdotados [Xavier's School for Gifted Youngsters] ou Instituto Xavier, a depender da época, só que, na verdade esse Professor secretamente um mutante telepata - e aí já a mora a maior diferença com o MLK, professor X não é um mutante abertamente, e nem um ativista dos direitos mutantes, que mantém por baixo dos panos (porra nem tanto né, a mansão Xavier é invadida toda semana) uma organização mutante chamada X-Men (que também são professores na escola em algumas histórias), dedicada ao combate de ameaças contra a humanidade, ao universo sensível como um todo também.

Já Magnus, ou Erik Magnus Lehnsherr o Magneto, o mestre do magnetismo tem o poder de controlar qualquer estrutura de metal, é um sobrevivente do holocausto, líder político pela defesa/autodefesa/full ataque as vezes dos mutantes perante a ameaça de guerra entre raças do homo sapiens contra o homo superior (como são chamados as pessoas com gene X, mutantes), liderando em alguns quadrinhos a chamada irmandade [brotherhood] grupo de supervilões liderado pelo mestre do magnetismo. A depender da história, Magneto é chamado de terrorista ou até de supremacista mutante.

Ambos, em 90% das histórias dos mutunas são meros rivais políticos, que vira e mexe entram no soco, sem perder a amizade. 

Em linhas gerais, esse é o imaginário geral dos personagens, contudo vamos para suas origens, o sumo dessa postagem, teria o Stan Lee criado o X-Men espelhados no movimento pelos direitos civis da década de 60??

The Uncanny X-Men, Setembro de 1963, origem dos mutantes


Lançada a quase 60 anos atrás, X-Men (que mais tarde seria chamada de Uncanny X-Men pois saiu uma revista chamada apenas X-Men em 91) criada por Jack Kirby que é creditado* junto ao Stan Lee os X-Men são muito mais um rápida série sobre adolescentes com poderes, do que uma crítica/analogia ao racismo

* eu não colocaria que Stan Lee CRIOU o X-Men devido ao método Marvel onde basicamente o quadrinista desenhava tudo (até os balões de fala) e o Stan Lee apenas preenchia eles e leva todo crédito de criador e pai dos quadrinhos, vamos superar essa fase de achar que Stan Lee criou o Quarteto Fantástico, X-Men e o Homem Aranha né pessoal - Steve Ditko, você será lembrado.
Ótimo método de trabalho, o bonzão leva toda fama e dinheiro por causa de seu marketing pessoal enquanto os artistas terminam a vida numa penúria e sem reconhecimento até hoje.

Você, nobre leitor, poderia até argumentar que a interpretação de uma obra não depende da vontade do autor, mas sim da mensagem que dali por ser extraída, é verdade, por isso, vamos analisar a história geral do primeiro issue dos X-Men:

eis a primeira aparição oficial dos mutunas. 

Aí estão eles, a primeira gênese dos X-Men, Ciclopes, Anjo, Fera e o homem de gelo, que estaria mais para homem de neve, a ideia original seria fazer primeiro: heróis adolescentes e em segundo lugar heróis "esquisitos", não sendo exatamente heróis convencionais que sofrem uma grande tragédia (apesar de muitos X-Men sofrerem terríveis tragédias pessoais, Cyclops que o diga) e daí se sentem na obrigação ou dever de proteger as pessoas e salvar inocentes, mas sim um grupo TREINADO pelo professor X para serem heróis, em questão de bizarrice o homem de gelo supera todos os aspectos

A história conta desse grupo que está treinando na famosa sala de perigo, o treinamento é pausado pela chegada de uma nova "estudante", a Garota Marvel, Jean Grey. Nesse quesito a hq é extremamente datada, ou pior, é horrível, porque mais de metade do gibi é um festival de assédio contra a Jean, que minha nossa, é até meio desconfortável de ler. A julgar pela PRIMEIRA FALA relacionada a Jean
O homem de gelo não foi na onda
Jean que é representada como uma moiçola típica dos anos 60, e não poderia ser diferente, até poderia, mas seria uma surpresa enorme... 
Aulas de bom comportamento com Bobby Drake

Eu nem vou me alongar nesse ponto do assédio/"cantadas" ou adolescentes vidrados numa figura feminina, mas rola até um beijinho na bochecha do Hank McCoy e quando a Garota Marvel coloca o seu uniforme, ela está sendo observada por 3... realmente heróis muito BIZARROS mesmo.  é dessa forma que Jean Grey é apresentada na história. 



"olha como ela RECHEIA esse uniforme" e porra Bobby Drake, tinha acabado de te elogiar :(

Enfim, entre assédios e espiadas, descobrimos a "razão de ser" dos X-Men, o combate aos mutantes malignos, ou seja, colocando em linhas, se o professor Xavier foi inspirado no Martin Luther King podemos dizer que MLK existia para COMBATER outros negros? Hein? Dr. King tinha uma tramitação com outras lideranças abertamente socialistas ou radicais mesmo, comparar esse professor Xavier em específico com Martin Luther King não faz o menor sentido 
cabeça de filtro de barro

 E aqui cabe delimitar uma coisa para ficar bem clara, durante a era de prata (1956 até metade dos anos 70), onde surgiu a maioria dos heróis que conhecemos, estava imposto uma literal CENSURA no mercado editorial dos quadrinhos o Comics Code Authority, as HQs não podiam tratar de temas que envolvessem violência, sexo ou qualquer "crítica social foda" que eram barradas, assim, matando o seguimento mais famoso dos quadrinhos nos anos 40 e 50, que eram as histórias policiais, contos de terror e até histórias de piratas, com isso, os heróis ficaram mais 'populares' porque eram a única opção não censurada no mercado, esse é o motivo de muitas histórias terem mocinhos contra vilões muito malvados que querem destruir o planeta, o velho maniqueísmo do bem contra o mal.
Então, claro que o Magneto vai ser representado como alguém que quer destruir a humanidade, estamos falando de anos 60, guerra fria,  era de prata, assim todos os vilões da era de prata, ele é bastante vilanesco e caricato. Apesar da caricatura, a personalidade do Magneto combina bastante com esse arquétipo   
a julgar pelos chifrinhos, eu adoro essa roupa do Magneto

Pois bem, Magneto ataca uma base militar, se achando o mestres dos magnetismos (apesar que ele é) todo dominador do mundo, até que é pego de surpresa ao ser atacado POR MUTANTES COMO ELE, e assim conhecendo os X-Men, numa clássica rivalidade que dura seus 60 anos.
 
Vale ressaltar que o Magneto não era originalmente um sobrevivente do holocausto, e aí vamos para o parte final dessa postagem:

Segunda gênese, a criação dos X-Men como conhecemos hoje

A fase ou segunda gênese trata-se do período do David Cockrum e (Gil Kane inicialmente) Chris Claremont. John Byrne viria depois, como desenhista. 
para-quem-não-sabe, os primeiros X-Men foram um fracasso terrível, não que a Marvel fora um sucesso de vendas, mas de público e vendas, os X-Men eram horríveis, dessas obras iniciais "do Stan Lee" os mutantes foram um verdadeiro fracasso, beirando o cancelamento da revista no começo dos anos 70, eram muito ruins mesmo, não é exagero falar.
Graças a Deusa, surgindo do limbo/cinzas como um fênix depois de 5 anos sem publicar novas histórias em sua segunda gênese com o GIANT SIZE X-MEN #1 em 1975, pouco tempo depois o principal roterista dos mutantes, Chris Claremont que os escreveu por 16 anos, assume na edição #94 e só uma edição depois mata o Thunderbird (acho que o nome dele traduzido é pássaro trovejante) e crava a mudança de curso dos mutunas pra sempre, sendo essa segunda gênese a fase mais conhecida, e sendo na era de bronze, era das HQs marcadas por fortes críticas sociais que se tem analogias ao racismo/preconceito no geral.  

Essa segunda gênese reciclou totalmente o que eram os X-Men, incluindo o Magneto que reaparece na edição 104


Claremont e Cockrum também são responsáveis pela retcon, a reformulação da origem do Magneto, o colocando como um sobrevivente de Auschwitz,  na edição 150 dos Fabulosos X-Men, que merece uma postagem só pra ela! É minha favorita disparada. Nela descobrimos que o Magneto é um Judeu nascido na Polônia, que teve a sua filha assassina e viu a sua esposa fugir quando a viu utilizando seus poderes. Não é spoiler, a capa tem a Kitty Pryde caída nos braços da Ororo, porque Magneto em um momento de fúria contra os X-Men dispara uma onda Magnética fatal contra a nossa querida ninfa. (que não morre é claro, a personagem tinha acabado de ter sido introduzida).


Uncanny X-Men #150, a melhor.


É uma das sequências mais fortes e emocionante dos quadrinhos Marvel. 
note o Magneto sem seu imponente capacete, mas ainda vestido de Magneto

Dado isso, fica a pergunta "ah então o Claremont (ou o Cockrum) admitiu ter se inspirado no Malcolm X?" não.

Em uma entrevista para a New York Magazine, nos anos 2000 Chris Claremont revelou que há alguém na realidade quem o inspirava/inspirou a escrever o Magneto, Menachem Begin, nas palavras do Claremont "é que ele é o terrorista que pode evoluir para um estadista" [is that he’s the terrorist who might someday evolve into a statesman.], Se de um lado termos Menachem Begin, doutro teríamos Charles Xavier sendo um paralelo ao David Ben-Gurion uns dos fundadores do Estado de Israel.
Antes da fundação de Israel enquanto Estado, durante a segunda guerra, os britânicos que estavam em posse das terras palestinas na época restringiram a imigração de judeus para aquela terra, mesmo no auge do holocausto de Hitler. Sendo este um cenário de luta e conquista pela terra, e não havendo um Estado ainda, haviam duas principais milicas (no sentido de exércitos sem Estado mesmo) a Hanagá liderada por Gurion, e a Irgun, liderada pelo Begin
Respectivamente: Irgun and Haganá


Em um resumo porco: Irgun era um grupo "mais extremista", comumente taxados de terroristas em alguns artigos, em relação aos britânicos os atacando diversas vezes como a explosão no King David Hotel, que matou 96 pessoas, não confiando na entrega da terra ao final da guerra, tal qual não aconteceu. Já o Haganá tinha uma postura "mais pragmática" em relação os britânicos, considerando que a posição do Irgun poderia vir a atrapalhar os tratados na criação de Israel, não eram aliados, nem eram inimigos em relação os europeus. Hmmm esse comparativo não te lembram bastante os X-Men (Haganá) e a Irmandade (Irgun)?

A diferença entre Begin e Ben Gurion era imensas, a começar pelo espectro político, Begin é o fundador histórico da direita Israelense (que hoje está no poder), já Ben Gurion está mais próximo de um "zionismo socialista", que era quem tomou o poder no começo de Israel, também adotando uma postura mais secular, notória figura do Partido Trabalhista que governava Israel até o final da década de 70. A diferença e rivalidade entre os dois não ficou apenas na conversa, os dois estavam diretamente envolvidos com o Ataque ao Altalena (completa 75 anos esse ano) quando o Irgun, liderado por Begin resistiu a integração de seu grupo ao IDF, forças armadas Israelense, que foi formada a partir do Haganá, o conflito facilmente poderia ter desencadeado numa guerra civil que acabaria com o recém fundado Estado de Israel. Tiro, porrada e bomba.
Ben-Gurion no final da década de 70 chegou ao poder, depois de sucessivas tentativas, ganhou um Nobel da Paz, e como a maioria dos ganhadores do Nobel da paz, tem algumas guerras no currículo, como a Invasão ao Líbano em 1982.

Mas vou parando de comentar a questão Israelense porque sei quase nada ou muito pouco sobre, recomendo alguns vídeos do canal Unpacked sobre o assunto, tem esse também sobre a rivalidade entre os dois.

Ao contrário de MLK e Malcolm X, Ben Gurion e Begin eram rivais políticos de fato, e estavam em campos político bem distintos, com atuações distintas, uma certa "esquerda institucional" contra uma "direita terrorista", algo bastante X-Men de fato.

Explicando as histórias dos dois, deve ter ficado claro o paralelo entre os dois, mais claro do que isso, só desenhando... Ah! Tá desenhado, vai ler a segunda gênese, meu chapa



No mais, a mesma posição foi reafirmada pelo autor em uma entrevista para a revista Empire em 2016.

Considerações finais: uma obra pode ser multifacetada, ter diversas interpretações, mas desde que sejam interpretações apesar que, ainda sendo só uma opinião, essa visão tanto do Malcolm X tanto do MLK não correspondem seu verdadeiro legado. Para mim, na medida do possível que talvez tenha consigo provar, essa opinião não faz sentido.

Sem vias de dúvidas, nas palavras de seu principal autor "X-Men sempre foi sobre achar seu lugar numa sociedade que não quer você" [“X-Men,” says Claremont, “has always been about finding your place in a society that doesn't want you.”]





Nenhum comentário:

Postar um comentário

A mais lida: